Não se mostra de uma vez.
Aos pedaços, insinua.
Vai crescendo até que um dia...
Até que um dia, nua,
aparece tão inteira
e imensa flutua.
Brilha forte,
ilumina,
mas jamais será só sua.
O seu brilho, tão intenso
que impressiona em um segundo
é a luz que não tem dono
tem que ser de todo mundo.
Aqui resta a escuridão,
lá bem longe o clarão prova.
Minha Lua foi embora,
tudo escuro: Lua Nova.
NILMA GARÔFALO
Nilma Garôfalo já é uma senhora de idade avançada. Ganha a vida trabalhando numa repartição pública. Outro dia, eu pedi a ela uma carona, que foi prontamente atendida.
O carro popular de Nilma tinha os bancos todos plastificados e mal-cheirosos, o que me fez pronunciar a pergunta inadiável:
-Nilminha, porque os bancos do seu carro são assim, plastificados?
-Sabe o que é, meu filho? É que moro muito longe da repartição. Hoje em dia, com esse trânsito infernal, às vezes gasto horas para chegar em casa.
-Entendi. Mas o que o plástico nos bancos tem a ver com isso?
-É que... É que eu não sou muito boa para segurar o xixi. Aí, quando estou com vontade e agarrada no trânsito, faço por aqui mesmo, no banco do carro. O plástico é bom porque quando eu chego em casa, basta passar uma aguinha, um paninho e pronto!
Há 5 anos
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