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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

13 de maio de 2004

PADEDÊ (PAS-DE-DEUX)

Padedê era magro, muito magro, e usava uns óculos estilo ray-ban que transbordavam sua face fina. Ninguém que se tenha notícia sabe, até hoje, a origem de seu apelido. Mas vamos ao que interessa: num dia de semana qualquer, à tarde, ele passeava com seu chevette três volumes marrom pelo centro da cidade. O sinal estava fechado e o sol escaldante já incomodava sua calvície. Nesse momento, Padedê se impressiona com uma morena alta e monumental que, do outro lado da rua, parecia flertar com ele de forma quase agressiva. Não acreditou. Endireitou o ray-ban e olhou para trás, procurando outro cidadão que pudesse ser alvo daqueles olhares hipnóticos e sexuais. Não havia ninguém. O alvo era ele mesmo.
Não titubeou. Seria impensável dispensar uma beldade daquelas. Sem pensar duas vezes, estacionou ao lado do monumento e lançou a pergunta criativa:

-Tá indo pra onde, broto?
-Pra Pampulha - respondeu.
-Que coincidência boa! Estou indo pra lá também. Quer uma carona?
-Aceito. Claro! Salvou a minha vida! - suspirou animada.

A caminho da Pampulha, os dois conversavam sobre o inacreditável e desagradável calor quando Padedê, lascivo, fez o convite irrecusável:

-Vamos dar uma refrescada, filé? Podíamos tomar um banho de banheira juntos. Aqui mesmo, na Pampulha, tem um motel de excelente nível...
-Será? Mal nos conhecemos!
-Por isso mesmo. Estou louco pra te conhecer todinha!
-Ah! Então vamos.

Padedê nem acreditou. Estava indo para o motel com uma morena escultural, malhada e que, como se não bastasse, ainda era maior que ele.
Chegando à requintada espelunca, ele mal esperou que o carro parasse para se atracar com aquela que era, até então, a melhor mulher de sua vida. Ela aderiu ao fogo apaixonado de Padedê e foram, alucinados, para a tão esperada banheira. Ele foi logo tirando toda a roupa, inclusive o ray-ban empenado, enquanto ela, só de biquíni (sim, ela estava de biquíni), entrava na espumosa banheira de hidromassagem. Padedê se jogou sobre a moça e foi tirando, com a boca, as duas peças de seu biquíni. Primeiro a parte de cima, revelando belíssimo silicone (este foi o primeiro contato de Padedê com a cirurgia plástica). Animado, partiu para a parte de baixo. Com uma mordida certeira, arrancou o laço lateral que segurava a delicadíssima tanguinha. Qual não foi sua surpresa quando viu, entre as pernas da moça, um imenso órgão genital masculino, inclusive maior que o dele próprio. A triste visão pôde ser confirmada quando Padedê, agora mais atento às peculiaridades de sua parceira, percebeu o protuberante gogó da moça. Ah! Que pesadelo horroroso era aquele gogó! Ele sabia que moças não têm pomo-de-adão...
Assustado, saiu correndo da banheira, pingando todo o quarto. Pensou, pensou e, olhando mais uma vez para aquele corpo ainda monumental ensaboado na banheira, decidiu:
-Ah! Quer saber? Já estou aqui mesmo...


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